sábado, março 24, 2007

Bizarrices - Episódio 2

Eu não sei se isso é comum com outras pessoas, mas acontece freqüentemente comigo. Sabe aqueles momentos "Kaspar Hauser"? Vou me explicar melhor...

Estava eu vindo pra casa esses dias quando olhei pra rua e, ao observar um carro, tive um impressionante olhar de estranhamento. Olhei o carro como se nunca o tivesse visto antes (exagero), ou pelo menos, sem algumas das prenoções que nos acompanham ao olhar alguma coisa. E não é que comecei a pensar como o automóvel é uma coisa fantástica!

Sim! Um negócio com coisas circulares que posssibilitam o deslocamento. Tem bancos, atinge velocidades impressionantes, além de uma série de outros acessórios desenvolvidos ao longo do desenvolvimento da engenharia dos automóveis. Existem vários modelos, escolhemos entre várias cores, necessitam de uma substância para rodarem. É um grande trambolho circulante! E ainda adoramos aquelas suas formas estranhas! Ah, e existem aqueles que carregam mercadorias e outros grandes que carregam pessoas.

Aí fui mais longe: imagine a vida sem os automóveis? O que seria do mundo? O que seria de nós? Imagine quantas coisas deixaríamos de fazer se não existissem os automóveis! Se eu tivesse que ir à Paulista agora gastaria uns 40 minutos pra ir a pé. Claro: a Paulista não seria o que é. Mas isso é só pra se ter uma noção de como faríamos menos coisas na vida.

Essa é uma visão contemporânea. Imagine as novas tecnologias que teremos daqui a alguns anos? Porque é muito fácil imaginar que nada superará esse cenário que temos hoje. Não se engane: os iluministas também pensavam isso e olha o avanço que tivemos de lá para cá.

Esses olhares de "Kaspar Hauser" (claro que exagerando), me despertam para uma porrada de reflexões. Mas o que eu fiquei pensando dessa vez foi uma outra coisa. O que faremos com o tempo que tivermos a mais? Um grande enigma.

Acho que deveríamos usar mais desses olhares de estranhamento em várias situações que acontecem na nossa vida. Talvez, com uma visão menos viciada e despida de conceitos e pré-concepções, pudéssemos ver mais claramente as coisas boas da vida e vivê-la com mais intensidade, extraindo o que há de especial nos seus momentos especiais.

Ouvindo: Hard to Live (In the City) - Albert Hammond, Jr.

2 comentários:

Guilherme Genestreti disse...

Ah, Kaspar Hauser!!! A sensação de estranhamento é sempre interessante, penso eu, pra que a gente não perca o foco do nosso próprio avanço...

RIDO disse...

Exatamente, Gui! Comentário perfeito! Abração!