Como eu era pedante em achar que sabia alguma coisa. Empinava o nariz e me acha "o". Mas a vida vai nos ensinando o enrosco que é isso tudo.
O mundo era tão orgânico quando eu era criança. Tudo se encaixava, tudo era funcional e conseqüente. O que não era imediato estava suportado por uns blocos gigantes aparentemente sólidos. Quanto mais eu me sedimentava ali, mais seguro eu me sentia.
No entanto, eu percebi que a robustez daquele monte de tijolos não era verdadeira. Era areia pura. Simples forma e nenhuma liga. Fato é que eu empreendi uma destruição incessante de tudo aquilo. Acabei com os jardins da estância, matei minha professora de religião, aniquilei o discurso da minha avó, abati meus "amigos" de infância, desnudei o padre e revirei todas as folhas dos meus escritos.
Era tão mais fácil encontrar um sentido porque o sentido era tão espetacular quanto as razões que o justificavam. Tudo o que não era sólido desmanchou-se no ar...
O paradoxal é que, apesar da confusão, agora tudo é mais claro. Sim, agora tudo é mais fácil de não entender.
Ouvindo: Sweet Caroline - Neil Diamond.
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Um comentário:
"Aos fracos as convenções"
é preciso destruir para criar. E recriar. E reinventar.
O caos é a reconstrução de tudo a todo instante.
"Aos fracos, as convenções"
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