segunda-feira, julho 30, 2007

Palomita blanca

Aquela flor abandonada no chão, minguando alguma atenção, foi mais do que simbólica pra mim.

Apesar de todas as desavenças, apesar dos maus momentos, apesar das poucas vezes que nos vimos...

Eu senti... Eu senti uma intensa pena... Ali, diante de mim, refém de todos os olhares...
Ostentou tanto e vai com tão pouco... Modestamente.

O mais triste foi perceber que muitos se encerravam naquele espaço muito mais por obrigação do que por vontade própria. Assuntos dos mais variados, algumas risadas, comentários: tudo menos algo sobre a causa que ali os prendia.

Algumas lágrimas, poucas. Poucas lágrimas insistiam em tocar, resistidamente, os rostos infelizes... Infelizes, mas não tristes.

Eu senti uma intensa pena daquela flor. Naquela tarde gelada, daquela cidadezinha exígua, os rostos pendiam confusos, num sentimento extremamente ambíguo... Ambíguo como ele.

Muito triste ir assim...



Me lembrei da versão do Caetano, em "Fale com Ela": Cucurrucucu Paloma.

sábado, julho 28, 2007

PS

E por que esse blog insiste em registrar uma hora incorreta! Não entendo! Já passa das 14h30 e ele me dá 10h39!

Enfim... Reflexo da minha indignação do post anterior.

Manifesto

Eu odeio a TIM! Como essa operadora consegue ser tão incompetente? Quando mais se precisa dos seus serviços, quando mais se deseja uma conexão, NADA! Mensagens incompletas, queda de sinal, ligações não efetuadas! Tudo sem nenhuma explicação!

E nós aqui, feito idiotas, à mercê das suas vontades!

"Sem fronteiras" o caramba!

Reitero: Eu odeio a TIM!

E tão puto a ponto de sujar o meu blog com essa marca deplorável!

Recuerdos

Tava olhando meus cadernos antigos. Achei isso, com a data de junho de 1997, ocasião da morte de uma professora:

Já no horizonte, o sol se envergonha
É noite! As estrelas anunciam, a Lua chora
A vida agradece por mais uma vitória
E o povo enobrece com a tradição.


Ouvindo: Addicted to Love - Robert Palmer.

quarta-feira, julho 25, 2007

Belvedere

De regresso à terra natal... Mas acho que nunca realmente vivi lá. Minha mente sempre esteve mais longe dali. Bem mais distante...

E que venha o tédio!

Ouvindo: Riders on The Storm - The Doors

terça-feira, julho 24, 2007

Schweigengeist

Não sei por que mas hoje ao acordar me veio à cabeça muito claramente aquela primeira imagem de "O Enigma de Kaspar Hauser", do Werner Herzog.

Aquele capim ao vento me apareceu diante dos olhos; me lembrei tanto da música de fundo quanto daquela frase do início, que, por sinal, tem muito a ver com o título do meu blog:


"Esses gritos assustadores ao nosso redor são o que vocês chamam de silêncio?"

segunda-feira, julho 23, 2007

Estado

Tresloucado. Retirado. Levado. Provocado. Encontrado. Excitado. Abusado. Amedrontado. Espelhado. Ousado. Desvairado. Dasajeitado. Atacado. Apertado. Preparado. Molhado. Tarado. Assedentado. Insaciado. Desesperado. . .


No caos.

Ouvindo: Beautiful Freak - Eels

sábado, julho 21, 2007

Excertos

E nesse líquido dionisíaco eu me consumo. Me consumo enxovalhado pelas reflexões e teorias que insisto em formular. Em poucas palavras, numa filosofia de boteco limitada pela ignorância da minha juventude, eu busco teorizar aquilo que nem as maiores mentes conseguiram definir. Por que às vezes somos tão petulantes?

Ouvindo: Deckchairs and Cigarettes - The Thrills

Agora numa outra arena

Eu não gosto me referir a uma pessoa assim, mas no caso do ACM não meço as minhas palavras. Antônio Carlos Magalhães fez o que quis da Bahia e de quem se sujeitava ao seu controle autoritário, que procurava conservar ainda resquícios de um coronelismo falido e anacrônico.

O mais impressionante é ver todo aquele povo sofrido, que faz das migalhas que o governo lhe concede quase que dádiva divina, chorar intensamente - diga-se de passagem, com lágrimas muito mais sinceras do que os discursos inflamados do seu líder. Toninho Malvadeza foi tarde. Tão tarde quanto José Sarney, Paulo Maluf e um bando de pilantras irão.

ACM apoiou o regime militar até a última oportunidade. Foi prefeito de Salvador, governador de Estado e consumiu outros postos graças à indicação do autoritarismo. Quando viu que a coisa não mais se sustentava, ele, como outros nomes "espertinhos", vestiu-se de "Democracia" e passou defender tudo a que antes se opunha. Como o Tancredo Neves. Alguém se lembra que ele fez parte da manobra parlamentarista encabeçada pelos militares no governo Jango? Mas falarei disso num post futuro.

Morreu sem a repercussão que poderia ter. Ironicamente, o trágico acidente com o avião da TAM e o desfalcado Pan ofuscaram a morte de um dos caciques que mais concentraram poder na história republicana desse país. A tristeza não está na morte dessa figura que merece o meu mais pavoroso asco: está no sentimento de grande parte da população, na desolação pela perda do senhor que as explorava; uma reação que evidencia o quanto estamos despreparados para viver uma democracia.

Não temos uma nação. Pelo menos no sentido próprio da palavra passamos longe de ser algo do gênero. Com certeza, muitos lugares públicos agora estamparão o nome dessa criatura. Manobra sábia desses líderes, que buscam, num ato totalmente egocêntrico e interesseiro, perpetuar seus nomes em coisas que são públicas, e que, portanto, deveriam denotar o caráter público do qual estão imbuídas.

Sei que a “cobrinha” continua lá no Congresso. Sei que o neto vai continuar lá, anunciando para todos os ouvidos a marca ACM que o avô construiu. Mas sei também que se trata de um novo tempo e que, por mais que ele represente um descendente da dinastia, estamos em uma outra época, com outras mentalidades e, querendo ou não, com um outro olhar de futuro.

quarta-feira, julho 18, 2007

Em solo

Sempre defendi as ferrovias...



Mas enfim...

Um aperto...

Uma angústia asfixiante. Depois de me embriagar com as notícias do acidente, me deu uma aflição ver todas aquelas pessoas esperando a confirmação dos nomes das vítimas... Aquelas mães chorando; aquele desespero impossível de ser mensurado! Que angústia! Que vontade de buscar um porto onde me sinto a pessoa mais segura do mundo? Lua, que vontade de adormecer no seu leito e sentir a ternura que só você pode me dar!

terça-feira, julho 17, 2007

Quinta série

Lembra, Leo?

"Di grano in grano la gallina rempe il gozzo".


Tava lembrando hoje da nossa tradução tosca... Ri sozinho.

Metalizando

Depois de alguns meses, eu vejo como esse blog me serviu pra canalizar tantas das coisas que eu queria expressar, tantas das críticas que eu desejei fazer, ou mesmo somente como um recanto pros meus sonhos e reflexões existenciais.

Ouvindo: Read My Mind - The Killers

segunda-feira, julho 16, 2007

Cativeiro social

Aos cinco anos, estava no auge do apego à minha família. Particularmente à minha mãe, que me pôde mimar o máximo que desejou, moldando-me a todas as suas convenções, padrões e, principalmente, a todos os seus medos. É, aprendi a ter medo. Medo de tudo e, muitas vezes, de todos. Medo da rua, dos estranhos, do mar, da avó... Medo de mim.

Será mesmo o medo um instrumento eficiente na educação do ser humano? No mundo animal, o instinto assume esse papel, funcionando como guia em situações de perigo. No nosso caso, um enfraquecimento dessa irracionalidade instintiva ou ainda um desenvolvimento da complexidade racional originaram essa estrutura social densa e cheia de meandros, a qual, por mais que possa ser combatida, parece ser dotada de vida própria, aniquilando os que contra ela se revoltam.

As pessoas no mundo de hoje estão pressionadas por todos os lados que possam imaginar. O nascimento já pressupõe a primeira das pressões. Da barriga, o indivíduo é integrado a um grupo já determinado de pessoas, a família, ao qual deve se submeter de maneira incrivelmente subserviente. As pulsões, os desejos mais internos e as necessidades mais subjacentes são tolhidos por essa célula social, numa dimensão mais modesta, e pela grande e poderosa máquina coletiva, num âmbito mais amplo. Essa, por sua vez, adestra os indivíduos norteando-se pelos códigos que julga ser, valoradamente, os mais "justos" ou "corretos". Não entremos, no entanto, no mérito das ideologias ou das diversas correntes sociológicas.

Na busca pela ordem social ou talvez pelo medo do incerto - ou ainda por outras razões muito mais profundas -, o homem desenvolve modos de vida que acabam por anular a sua própria condição de liberdade. As estruturas responsáveis pela manutenção desse "direito de ser livre" acabam, paradoxalmente, envergando-se contra si mesmas, de modo a apunhalar as formas mais puras de felicidade e realização.

Na intenção, muitas vezes cega, de se respeitar uma configuração de normas pré-estabelecidas - julgadas por muitos como naturais -, pessoas vestem-se de "justiça" e arbitram sobre assuntos que não lhe dizem respeito. Elas, numa atitude covarde e egoísta, guardam para si o direito de opinar sobre a vida alheia e, num ato absolutamente cruel, ousam deliberar sobre a felicidade do outro, como se a pudessem conceber mais do que a própria pessoa.

Crueldade isso! Crueldade tolher a vida do outro como se ele tivesse várias vidas para viver! Como se ele pudesse voltar e viver uma série de novas existências! Como se felicidade fosse algo determinado social e racionalmente, deliberado em convenções, fundamentado por livretos ridículos e oralidades viciadas...

Por que a preocupação com o outro não está associada às suas condições de vida? Por que se julga tanto ao invés de se ajudar ao próximo, num ato que muito mais efeito surtiria? Com ações que poderiam melhorar um pouco desse mundo sujo e infernal em que ousamos viver?

O homem acaba sendo capturado por suas próprias armadilhas. Nessa atmosfera narcotizante, as pessoas vivem como em "Alphaville", onde a palavra "consciência" é proibida. São seres restritos ao pequeno mundo ao qual foram submetidos, sem a capacidade de enxergar além dos seus limites; pessoas “ignorantes” no mais literal dos seus significados.

Por que a felicidade não pode ser decidida individualmente? Por que tem de ser fruto de consenso e aprovação social? Por que grandezas como o amor, a virtude e a arte não podem ser vividas e realizadas como são sentidas no seu cerne pelas próprias pessoas que têm o privilégio de as encontrarem?

Por que o mundo é essa redoma inexorável e angustiante que insiste em impedir a manifestação das qualidades que justamente tornam o humano esse ser tão singular e ávido pelo novo? Por quê?

sábado, julho 14, 2007

INfANCY boy

Does his makeup in his room
Douse himself with cheap perfume
Eyeholes in a paper bag
Greatest lay I ever had
Kind of guy who mates for life
Gotta help him find a wife
We're a couple, when our bodies double.


And it all breaks down at the role reversal
Got the muse in my head she's universal
spinnin' me round she's coming over me

by Placebo

Enturbilhação localizada

De repente, mais velho. Meus pais se parecem a um casal de senhores. Minha casa não é mais a nossa casa. Estranho imaginar isso...

E reação? Sei lá... Claro que um dia isso ia acontecer, mas... Nós nunca pensamos assim.

Bem, acho que isso nem merecia post.


Ouvindo: Running up that Hill - Placebo.

terça-feira, julho 10, 2007

Estonteante

Aqui, bem acima da minha cabeça, eu guardo, numa foto 13X18, alguns dos meus mais emocionantes amigos. Saudades de todos do Macu.

E definitivamente: Não posso mais viver os domingos sem Macunaíma. As tardes inóspitas são de uma agonia suicidante... E quando se juntam a uma específica saudade cortante tudo fica realmente inconcebível.

Ouvindo: Le Vieux Piano - Piaf.

domingo, julho 08, 2007

E o sol...

Não consigo ao menos escrever. Eu tento, tento, mas a viagem ao céu não permite ser expressa pelos nossos signos. Obrigado, lua mágica! Obrigado por me convidar à plenitude!

quinta-feira, julho 05, 2007

Madame Duvan

Madame Duvan me observa atentamente todas as noites. Quando fico reflexivo, ela me ouve e me aconselha.

Madame Duvan adora as canções que escuto e relembra seus tempos de fama e glória. Mas agora, Madame Duvan divide a parede com os Mountebanhs e os soldados de Chelsea. Madame Duvan é bastante feliz. Pelo menos está sempre sorridente. E com os pezinhos a postos.

Ouvindo: Une Belle Histoire - Michel Fugain

quarta-feira, julho 04, 2007

Ed adesso grida di più!

Ímpar. Oferecia umas modestas dicas de localização. Num recôndito, onde nunca se imagina algo semelhante, ele está lá, imponente, todo garboso. E bastante convidativo. Nós o encontramos; em meio às demais singulares construções, nós o encontramos.

Com a experiência dos cinqüentões e a nostagia das suas décadas de glória, exibe um charme cíntrico. Isso me encantou e o escuro da sala não só abrigava a película concreta, mas também o filme da minha mente. O filme da nossa mente. Das nossas palavras. Doces e ternas palavras. Saudades.

terça-feira, julho 03, 2007

Ao estupor

O espelho é um dos meus narcóticos. Assim como a Paulista, o espelho me faz sentir aliviado. Sim, o espelho me tranqüiliza. Quando me sinto sozinho - o que tem ocorrido com uma certa freqüência nesse novo mundo da metrópole - eu me ponho diante do espelho.

Eu converso com o espelho. Converso comigo mesmo. Eu rio, eu me manifesto, eu me emociono. E sinto uma paz quando o faço... Talvez por simples manifestação do ID, ou mesmo pela necessidade - que acredito ser inerente ao ser humano - de estabelecer uma rede de relacionamento social.

Eu tenho longos papos com o meu espelho. Ele é grande e assim consigo me ver todo nele, o que torna a minha ilusão de realidade ainda mais real, aniquilando - mesmo que estritamente na esfera psicológica - a manifestação de solidão.

Eu sempre fui bastante sozinho. E muito por opção. A máxima primária que eu sempre dizia aos meus "amigos" na escola - "Nunca se está mais acompanhado do que quando se está só" - pode até ter validade, mas não encontra mais sentido na minha nova filosofia de vida.


O espelho é um dos meus narcóticos...

Ouvindo: Transatlanticism - Death Cab

Enfim

Finalmente acabou!

Mais de 30 autores, 8 textos, páginas e páginas de anotações! Só espero que o meu mísero pontinho do seminário contribua para uma nota - pode ser modesta, mas - que seja suficiente!