terça-feira, março 27, 2007

Freude! Freude! Freude!

FLAGRANTE!

Será o fantasma loiro de Beethoven assombrando o guarda-roupas da EAD?
Muitos acreditam que sim... Eu é que não duvido!



sábado, março 24, 2007

Bizarrices - Episódio 2

Eu não sei se isso é comum com outras pessoas, mas acontece freqüentemente comigo. Sabe aqueles momentos "Kaspar Hauser"? Vou me explicar melhor...

Estava eu vindo pra casa esses dias quando olhei pra rua e, ao observar um carro, tive um impressionante olhar de estranhamento. Olhei o carro como se nunca o tivesse visto antes (exagero), ou pelo menos, sem algumas das prenoções que nos acompanham ao olhar alguma coisa. E não é que comecei a pensar como o automóvel é uma coisa fantástica!

Sim! Um negócio com coisas circulares que posssibilitam o deslocamento. Tem bancos, atinge velocidades impressionantes, além de uma série de outros acessórios desenvolvidos ao longo do desenvolvimento da engenharia dos automóveis. Existem vários modelos, escolhemos entre várias cores, necessitam de uma substância para rodarem. É um grande trambolho circulante! E ainda adoramos aquelas suas formas estranhas! Ah, e existem aqueles que carregam mercadorias e outros grandes que carregam pessoas.

Aí fui mais longe: imagine a vida sem os automóveis? O que seria do mundo? O que seria de nós? Imagine quantas coisas deixaríamos de fazer se não existissem os automóveis! Se eu tivesse que ir à Paulista agora gastaria uns 40 minutos pra ir a pé. Claro: a Paulista não seria o que é. Mas isso é só pra se ter uma noção de como faríamos menos coisas na vida.

Essa é uma visão contemporânea. Imagine as novas tecnologias que teremos daqui a alguns anos? Porque é muito fácil imaginar que nada superará esse cenário que temos hoje. Não se engane: os iluministas também pensavam isso e olha o avanço que tivemos de lá para cá.

Esses olhares de "Kaspar Hauser" (claro que exagerando), me despertam para uma porrada de reflexões. Mas o que eu fiquei pensando dessa vez foi uma outra coisa. O que faremos com o tempo que tivermos a mais? Um grande enigma.

Acho que deveríamos usar mais desses olhares de estranhamento em várias situações que acontecem na nossa vida. Talvez, com uma visão menos viciada e despida de conceitos e pré-concepções, pudéssemos ver mais claramente as coisas boas da vida e vivê-la com mais intensidade, extraindo o que há de especial nos seus momentos especiais.

Ouvindo: Hard to Live (In the City) - Albert Hammond, Jr.

quinta-feira, março 22, 2007

Aaah!

Nossa! Como há incompetência nesse mundo! Fiquei simplesmente cinco dias sem sinal de nada! Nada de TV! Nada de Internet! E por culpa de quem? De uma porcaria de uma empresa...
Mas enfim. Não vou me alongar nesse assunto. Já gastei muitos Joules com isso!

Só queria registrar como peguei um certo hábito de postar nesse blog. Não que eu poste com a freqüência que desejo, mas eu sempre penso, todos os dias, em postar alguma coisa, ou pelo menos em um assunto de pertinência.

Ouvindo Break My Heart - Aqualung

sexta-feira, março 16, 2007

A Capitulação II

Dando prosseguimento ao post “A Capitulção I”, estava eu no Ensino Médio, logo após aquela conversa transformadora, se não revolucionária, na minha vida. Passei a estabelecer outros vínculos com meus colegas, relações de amizade que até então pra mim eram bastante desconhecidas.

Foi então que comecei a sofrer uma série de mudanças, algumas bastante gradativas, principalmente na minha forma de pensar e ver o mundo. Quando entrei pro Conservatório para fazer o curso básico de teatro, eu sabia que tinha algo diferente em mim. O engraçado é que, apesar de ter vivido “restrito” durante todo esse tempo, eu amava tudo que se relacionava à Arte, principalmente as apresentações abertas que a gente fazia na escola. Acho que tinha essa “vontade de extrapolação” desde criança, apesar de agir de forma comedida.

O Conservatório só me fez ter certeza que eu queria fazer aquilo. Queria encarar personagens, viver emoções alheias como se fossem minhas, emocionar pessoas. Entretanto, acredito que foi uma etapa, um momento em que eu ainda via o teatro eminentemente pela perspectiva do espetáculo em si e menos pelo seu verdadeiro significado.

Eu creio que, no fundo, fazer uma faculdade em São Paulo tinha como objetivo principal a oportunidade de viver nessa metrópole que tanto amo e admiro, de sentir toda essa atmosfera de dinamismo e novas idéias, novos conceitos, novas direções... Aqui eu descobri um novo mundo, muito maior do que eu imaginava ser. Maior não só em espaço físico, mas também pelas perspectivas de vida que eu não sabia que podia viver.

Aqui fiz meus melhores amigos. Conheci o que realmente é a confiança, além de viver aventuras loucas que eu nunca me imaginaria fazendo. Passei a ter um novo conceito de vida, uma nova forma de ver as pessoas e o mundo onde lutam para sobreviver. Sempre tive uma perspectiva bastante crítica, mas aqui eu pude aprimorar isso e, de certa forma, me desapegar bastante do aspecto financeiro das coisas, conhecendo o lado sensível, essencial e artístico do ser humano.

Eu sempre digo para uns amigos meus: “se voltasse cinco anos atrás e contasse pra mim como eu seria dali a cinco anos, nunca acreditaria e ainda me processaria por calúnia”. Mas as mudanças foram extremamente positivas. Sou mais feliz hoje. Sem aquelas regras idiotas, sem o ascetismo da minha escola, sem as opiniões retrógradas dos meus parentes pude existir de forma mais individual e descobrir um mundo mais aprazível de se viver.

Mesmo assim vislumbro mais ousadia. Descobri como é bom transgredir limites... Hahahaha... Que não me escutem os conservadores! Que não me escute o Rido de cinco anos atrás! Mas há ainda algumas coisas que desejo, que ainda quero fazer. Umas serão decisivas na minha vida, outras são algumas das muitas bizarrices minhas. Correr pelado pela Paulista é apenas uma delas.

quinta-feira, março 15, 2007

A Capitulação I

Eu costumo dizer constantemente, e sem me cansar, que o mundo é mesmo muito irônico. E o é de verdade. Digo isso pela experiência própria de ter vivido uma série de momentos na minha vida em que julgava que nunca iria mudar.

E eu me refiro a uma mudança em sentido profundo; não só exterior, mas, e principalmente, subjetiva, conceitual e, por que não, psicológica. Imaginem que eu já quis ser padre! Sim, padre, aquele funcionário da igreja católica responsável por pregar a “palavra de Deus” aos seus semelhantes. Claro que isso aconteceu quando tinha uns quatro, cinco anos. Era um momento em que eu, criança, não era um indivíduo stricto sensu, mas um títere manipulado pela minha célula familiar cegamente católica apostólica romana.

Obviamente essa idéia não vingou. Na escola, senti os primeiros indícios de que o celibato não era minha vocação. Nossa! Melina, foi o nome da primeira menina de que gostei. Algo platônico. Fui, involuntariamente, forte adepto do platonismo e sofria muito com isso.

Aliada a tudo isso, uma criança bastante solitária em si. Lembro-me de uma vez que, ao encontrar minha mãe na porta da escola, ela me disse o que a professora havia dito sobre a minha pessoa, na reunião dos pais: “ele é muito desligado”. Não entendi. Não compreendia o significado de “desligado”. Imaginava um rádio desligado, ou qualquer coisa que pudesse se associar à palavra “desligado”, mas nada no sentido de “distante” ou “distraído”.

Fui sempre de poucos amigos. O engraçado é que, em São Paulo, conheci nesses poucos meses pessoas mais interessantes e legais do que todos os anos que lá vivi. Ao mesmo tempo em que era elétrico ao brincar, eu convivia, e acho que daí advém a razão do meu acanhamento infantil, com um conjunto de regras muito claramente estabelecidas, regras essas que, se não fossem eficazmente transmitidas pelos meus pais, a escola dava conta de fazê-lo.

Uma escola religiosa. Sim, tínhamos que rezar terços em sala de aula. Eu era o orador oficial das celebrações. Dizia poemas no meio das missas, em homenagem aos padres e personalidades que participavam dos eventos. Mas a Escola não era um colégio de padres. Era comandada por um único, o fundador da instituição que veio a integrar, décadas depois, a rede salesiana de escolas. Monsenhor Carlos Henrique Neto. Pessoa fantástica. Viveu humildemente até o final de sua vida, tendo inúmeras chances de ter enriquecido. Se há uma personagem religiosa que respeite, essa é a figura humana do Padre Carlos.

Cresci nesse ambiente. Rigidez, controle, limites muito bem estabelecidos. Me configurei, no entanto, num menino muito extremista em tudo que fazia. Cheio de preocupações com respeito às regras que sempre me foram impostas. Imaginem que, até os 15 anos, não conseguia admitir a idéia de sexo antes do casamento.


Mas não era nenhum Caxias. Pelo menos não me via assim. Durante o Ensino Fundamental, fazia de tudo para ser discreto e manter uma reputação idiota que eu julgava importante. Ficava na biblioteca todos os recreios, junto com uma pequena turminha de nenhuma personalidade. Adorava a coleção de fascículos sobre mitologia grega; a coleção Vagalume, que li todinha; os dicionários de italiano, de onde eu tirava traduções toscas para os provérbios brasileiros visando depois impressionar meus tios com o novo vocabulário. Pólo e All Star eram artigos obrigatórios nas minhas ocasiões extra-classe. All Star porque sempre gostei da variedade de cores com que a gente pode combinar - apesar de preferir o vermelho e o azul escuro -; já a pólo, achava que aquela golinha me dava um ar de “menino sério”.

O que eu não imaginava é que minha vida mudaria tanto. E isso teve como fagulha inicial uma conversa que um professor teve comigo, logo depois que entrei no Ensino Médio. “Você precisa ser mais sociável! Quando for trabalhar em uma empresa terá que conviver com uma série de pessoas, mesmo que sejam diferentes de você”. Eu gostei dessa conversa, não pelo lado da empresa, mas porque me fez enxergar uma nova perspectiva de vida. Uma vida mais aberta, mais fluida, menos auto-belicosa. Comecei então a me aproximar mais dos colegas da minha sala. Descobri uma maneira fantástica de ter amigos, de fazer amigos, coisas que até ali acho que não conhecia.


Continua amanhã...

domingo, março 11, 2007

Reflexões

Não queria ter ficado tanto tempo sem postar, mas é que eu costumo ficar meio apavorado em todo começo de semestre. Mas isso passa. Já vi que nunca poderei fazer tudo como queria. Me desculpe, professor, mas não dá pra ler tudo aquilo e ainda fazer fichamento! Prefiro viver! Antes preferia sacrificar isso! Grande burrice minha! Hoje vejo a idiotice que fiz! Enfim...

Tava voltando do Macu e, no carro, com o meu companheiro e paciente ouvinte das minhas filosofias baratas, cheguei a uma conclusão. Não me refiro aos assuntos acadêmicos. Nada a ver. Esse parágrafo de cima foi só uma observação. Mas que conclusão?

De sopetão, eu disse: "No final tudo dá certo, mesmo que tenha dado errado!" E não é?

Até agora, ninguém me mostrou o contrário. Mas não é mesmo?

terça-feira, março 06, 2007

Em tempo

Na impossibilidade de um post maior, devido à escassez de tempo, passo por aqui só pra registrar acontecimentos interessantes dos últimos dias. Destaco a definição das nossas personagens que, como já lembrou nosso amigo visceral e latente, agradou a grande maioria dos “atores”. Legal isso, não? “Atores”.

Eu adoro ser chamado de “ator”, apesar de ainda não me considerar como tal. Com certeza será um trabalho inesquecível para nós. “Our Town”, de Thornton Wilder, oferece todas as possibilidades para isso, sem contar as ousadas e contagiantes idéias de todos. O que vier de inovador e transgressor, eu topo!

Além disso, ontem minhas aulas começaram de verdade. Fora algumas mudanças e desentendimentos, acho que serão algumas das nossas melhores disciplinas. E dá-lhe Massimo!

sábado, março 03, 2007

Amor

Sentimento mais enigmático! Por muito tempo me recusei a escrever sobre o amor. Talvez porque soasse piegas demais pra mim. Mas amor é mais do que pieguice! Mais do que qualquer uma de suas manifestações!

Não discordo da perspectiva subjetiva que os poetas atribuem a tal sentimento, mas acho que devemos empreender uma análise mais “objetiva” ou menos “valorativa” sobre o mesmo.

Confesso que passei por épocas em que estive bastante incrédulo quanto à existência do amor em si. Em certos momentos coloquei-o como uma confusão de sentimentos. Uma conjunção de vários deles que o homem insistiria em chamar de amor. Cheguei a escrever textos com facetas insurrectas, apelativas ou mesmo céticas. Um dia, talvez, eu publique algum deles.

Mas será que o amor é simplesmente uma conjunção de sentimentos? Não. Amor é mais que isso. O amor é uma força de caráter dúbio. Acredito que há aí duas dimensões: uma objetiva e outra subjetiva.

A dimensão objetiva consistiria nas circunstâncias práticas que caracterizam a vida de um indivíduo. Nesse panorama evidencia-se o arcabouço sócio-cultural do mesmo, uma intrincada série de peças empíricas determinadas existencialmente. A dimensão objetiva compreende, por exemplo, o encontro físico entre duas pessoas, bem como todos os aspectos que o possibilitaram.

Mas e a esfera subjetiva? Ah... Essa é a mais intrigante e, por isso, a mais interessante. Essa é a dimensão que faz do amor o mais peculiar dos sentimentos. E é a partir dela que discorro a seguir.

Em primeiro lugar, não confundamos amor com paixão. Paixão é algo de efeito intenso e muitas vezes alucinógeno, mas efêmero. A paixão pode, muitas vezes, não evoluir, o que mais denota uma atração sexual ou afetiva. Todavia – e essa é a pedra fundamental da reflexão – a paixão pode ser uma das fases do relacionamento entre duas pessoas. Pode ainda vir atrelada ou evoluir para algo muito misterioso e simbólico denominado “amor”.

Não pretendo nesse exíguo punhado de palavras conceituar algo com tanta complexidade mas apenas deixar explícitos alguns de seus elementos, tão determinantes em nossas vidas.

O amor, acima de tudo, é marcado pela “aproximação” entre duas pessoas. “Aproximação” num sentido bastante amplo, que vai desde a proximidade física até o compartilhamento de idéias, desejos e conceitos. “Amor” é uma fusão de individualidades que, ao mesmo tempo em que guardam a sua especificidade, combinam-se numa impressionante similitude. A paridade de gostos ou pensamentos não basta: é necessário um constante intercâmbio entre as diferenças.

E são justamente essas diferenças que fazem do amor algo tão nobre. Poucas coisas no mundo são tão dignas como amar a diferença: amar a outra pessoa como ela é, mas numa perspectiva mútua, de compreensão e respeito. A complementaridade entre duas pessoas é fundamental, possibilitando a constância da chama amorosa.

Por isso o sexo não pode ser encarado como necessidade pura e simples. Tem sim sua maravilhosa dimensão de volúpia e sua grande importância mas não deve ser alçado ao posto de fator primário. Amor é mais. Amor é mais que um simples afeto, uma simples divisão de pensamentos. Amor é comunhão. É compartilhamento. É empatia sem a perda do próprio “eu”. É o desejo de tornar o seu sucesso o sucesso da pessoa amada. Amor é tudo isso, mas sem uma gota de egoísmo. E é nesse sentido que podemos identificar a pureza e a beleza desse sentimento.

É essa “inocência” do amor, essa sua virtude de unir duas pessoas, independentemente das suas existenciais diferenças, que admite um singular relacionamento entre dois seres, inclusive de indivíduos do mesmo sexo, sem qualquer prejuízo da beleza ou pureza do sentimento em questão.

A cumplicidade que caracteriza o amor constitui-se numa das coisas mais sublimes do mundo. Quem realmente se identificar com essas reflexões, considere-se um “privilegiado”. Sim, um “privilegiado”.

Apesar de a linguagem nos oferecer a possibilidade de, por meio de seus signos, concretizar de alguma forma tais sensações, isso não é possível plenamente. Sábio Mann ao dizer que as palavras podem apenas louvar, mas nunca reproduzir a beleza que toca os sentidos. Um grande privilegiado. Os românticos e os amantes me entendem.




Se um dia o mundo estiver pegando fogo...

quinta-feira, março 01, 2007

Hendrix

Tava no Youtube e olha com o que me deparei: um dos últimos shows do Jimi Hendrix, no Hawai.

1970, ano em que foi encontrado dopado, com uma morte iminente, numa cama de um hotel inglês.

Vejo esse vídeo e, ao mesmo tempo em que lamento muito por não poder ter assistido a um show dele (Nossa! Olha a piração do público!), percebo como "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais". E olha que a Elis gravou isso, se não me engano, em 76.

Foxy Lady - Jimi Hendrix



(Acho que o representa bem, não?)