quinta-feira, agosto 02, 2007

Ensejo platonesco

Quando a estrela surgiu, o céu se orgulhou e o menor dos mundos agora parecia um grande reino encantado. As flores cresciam mais alegres e faziam com que as paixões ficassem ainda mais sangüíneas. Do encontro entre céu e mar era concebida a mais rara das sensações, que de tão nobre deixava de ser humana.

Às vezes, no turbilhão do mundo, a mecânica racional cessa e deixa brotar, mesmo que tudo conspire negativamente, um fio de anseio, louco impulso de chegar a um lugar indeterminado, de buscar algo indefinido, de ocupar a plenitude de um espaço...

A cegueira condicionante deixa inférteis muitos dos corações. O egoísmo exacerbado ou a soberba traiçoeira enganam os olhos, que, de tão alienados, não conseguem ver a luz do sol. É apenas mais um dia.

No entanto, apesar de todos os empecilhos, esse fio permanece lá, tentando, lutando, procurando de todas as maneiras superar a ressaca e olhar novamente para o mar com olhos de desejo. Desejo daquela sensação. Daquela efemeridade graciosa, daquela sensação ambicionada por todas as complexidades humanas.

E, mesmo que seja intrincado demais, mesmo que pareça improvável demais, o vôo se faz e a água vem, deliciosa, cintilante, apaziguadora, vem sem se calar e, num átimo, tudo está azul. Tudo está lindo e azul como aquele céu de estrelas.

Nesse platô incomensurável, nessa dimensão límbica, está aquela sensação. O fio se transforma em noção agradável, as coisas se vestem de sentido e o dia não é só mais um dia. E assim nasce a "felicidade".

2 comentários:

LeLê disse...

Adorei o texto amor!!!
Platônico...de novo?
Risos!
Bjuuuuuuxxxxxxxxxx

LeLê disse...

So if you really love me
Say yes
But if you don't dear confess
But please don't tell me
Perhaps, perhaps, perhaps
(Risossssssssssss!!!!!!!!)

Love You!