domingo, junho 17, 2007

Estafeta

A sinfonia é linda. É a número 5 do grande compositor austríaco Gustav Mahler. Quando Visconti a escolheu como trilha do seu "Morte a Venezia", sabia, como primoroso e hábil artista, da sensação angustiante, mas ao mesmo tempo terna, que ela desperta quando ouvida.

Hoje, na aula de Teatro do Macunaíma, eu pude senti-la na cena do nosso espetáculo, "Nossa Cidade". Num momento de despedida daquelas coisas simples que faziam parte da sua vida também simples, Emily vai se desvencilhando de tudo, de coisas que sequer lhe despertavam a atenção, mas que agora, contam com um valor inestimável.

Eu me emocionei. Não chorei, mas senti um aperto grande ao pensar em tudo aquilo que deixei para trás. Não me arrependo e faria tudo novamente, se preciso, mas a sensação de nunca mais viver na casa dos meus pais, ou ainda naquela cidade, com todas aquelas lembranças...

Isso me emocionou. Simplesmente a sensação do "nunca mais". Não é à toa que, toda vez que meus pais passam por esse portão e pegam a rua pra ir embora, me dá, lá no fundo, uma vontade de chorar. A mesma vontade que eu tinha aos quatro anos de idade, quando minha mãe se despedia de mim lá no colégio...

E agora... Várias lembranças daquela escola que eu amo povoam a minha cabeça... Lembranças de um tempo em que o mundo era tão simples, as coisas eram tão mais encantadas e a minha avó era "a melhor avó do mundo"...

Um comentário:

Guilherme Genestreti disse...

A música ficou excelente, Rido!!! E foi inesperado, porque eu tinha me esquecido dela! Foi difícil segurar a barra lá como Diretor de Cena...