terça-feira, julho 03, 2007

Ao estupor

O espelho é um dos meus narcóticos. Assim como a Paulista, o espelho me faz sentir aliviado. Sim, o espelho me tranqüiliza. Quando me sinto sozinho - o que tem ocorrido com uma certa freqüência nesse novo mundo da metrópole - eu me ponho diante do espelho.

Eu converso com o espelho. Converso comigo mesmo. Eu rio, eu me manifesto, eu me emociono. E sinto uma paz quando o faço... Talvez por simples manifestação do ID, ou mesmo pela necessidade - que acredito ser inerente ao ser humano - de estabelecer uma rede de relacionamento social.

Eu tenho longos papos com o meu espelho. Ele é grande e assim consigo me ver todo nele, o que torna a minha ilusão de realidade ainda mais real, aniquilando - mesmo que estritamente na esfera psicológica - a manifestação de solidão.

Eu sempre fui bastante sozinho. E muito por opção. A máxima primária que eu sempre dizia aos meus "amigos" na escola - "Nunca se está mais acompanhado do que quando se está só" - pode até ter validade, mas não encontra mais sentido na minha nova filosofia de vida.


O espelho é um dos meus narcóticos...

Ouvindo: Transatlanticism - Death Cab

Um comentário:

Guilherme Genestreti disse...

Não está na minha lista de narcóticos preferidos, mas é uma boa pedida! Vou experimentar mais vezes!