sábado, julho 21, 2007

Agora numa outra arena

Eu não gosto me referir a uma pessoa assim, mas no caso do ACM não meço as minhas palavras. Antônio Carlos Magalhães fez o que quis da Bahia e de quem se sujeitava ao seu controle autoritário, que procurava conservar ainda resquícios de um coronelismo falido e anacrônico.

O mais impressionante é ver todo aquele povo sofrido, que faz das migalhas que o governo lhe concede quase que dádiva divina, chorar intensamente - diga-se de passagem, com lágrimas muito mais sinceras do que os discursos inflamados do seu líder. Toninho Malvadeza foi tarde. Tão tarde quanto José Sarney, Paulo Maluf e um bando de pilantras irão.

ACM apoiou o regime militar até a última oportunidade. Foi prefeito de Salvador, governador de Estado e consumiu outros postos graças à indicação do autoritarismo. Quando viu que a coisa não mais se sustentava, ele, como outros nomes "espertinhos", vestiu-se de "Democracia" e passou defender tudo a que antes se opunha. Como o Tancredo Neves. Alguém se lembra que ele fez parte da manobra parlamentarista encabeçada pelos militares no governo Jango? Mas falarei disso num post futuro.

Morreu sem a repercussão que poderia ter. Ironicamente, o trágico acidente com o avião da TAM e o desfalcado Pan ofuscaram a morte de um dos caciques que mais concentraram poder na história republicana desse país. A tristeza não está na morte dessa figura que merece o meu mais pavoroso asco: está no sentimento de grande parte da população, na desolação pela perda do senhor que as explorava; uma reação que evidencia o quanto estamos despreparados para viver uma democracia.

Não temos uma nação. Pelo menos no sentido próprio da palavra passamos longe de ser algo do gênero. Com certeza, muitos lugares públicos agora estamparão o nome dessa criatura. Manobra sábia desses líderes, que buscam, num ato totalmente egocêntrico e interesseiro, perpetuar seus nomes em coisas que são públicas, e que, portanto, deveriam denotar o caráter público do qual estão imbuídas.

Sei que a “cobrinha” continua lá no Congresso. Sei que o neto vai continuar lá, anunciando para todos os ouvidos a marca ACM que o avô construiu. Mas sei também que se trata de um novo tempo e que, por mais que ele represente um descendente da dinastia, estamos em uma outra época, com outras mentalidades e, querendo ou não, com um outro olhar de futuro.

2 comentários:

Guilherme Genestreti disse...

Rudo político... Desde os tempos em que pensava em ser prefeito de Poços! Abraços

LeLê disse...

Pode contar com o meu voto!!!!
Te amo!!!!