domingo, setembro 02, 2007

Fumando espero,

Transformar uma tradicional comédia de Shakespeare em algo contemporâneo, numa realidade nebulosa e degradante?

Desafiador. Ainda mais conservando um texto que, por mais que tenha sido adaptado, guarda trechos e expressões bastante singulares, frutos de um outro contexto e um modo distinto de conceber esse mundo.

Mas é nessa dificuldade que está o encanto: o que nos permite ultrapassar as fronteiras de um texto cheio de amarras é a mesma liberdade que temos para sonhar, sonhar bem alto e construir personagens originais, sem que percam a graça que os faz interessantes.

Oberon é rei. Rei do mundo das fadas. E é nesse universo que eu vou mergulhar bem fundo em busca de algo inovador, um perfil que contemple o seu estilo “boca do lixo” sem cair no convencional e, principalmente, diferente das figuras navalhescas.

No mundo dos espíritos, Oberon vive uma relação conflituosa com Titânia, rainha das “moças de vida suspeita”. Alicia Puck, um jovem da rua, sem dinheiro, sem casa, sem rumo. Mas Oberon o sustenta e nele o menino deposita a minguada confiança que pôde conquistar nesse mundo que só lhe reserva um punhado de porradas.

Só quero que esse vilão não seja uma simples vítima da sua tirania. Que ele consiga ir muito além disso.

2 comentários:

LeLê disse...

Sim, concordo com "não fazer figuras navalhescas".... e tb com a possibilidade de inventar nos desafiando ao mesmo tempo... e interpretar papéis que façam diferença!
É isso que nos espera... algo muito inovador!
Beijos!!!
Titânia - rainha das “moças de vida suspeita”
Te Amo!!!

Guilherme Genestreti disse...

Siiim, adorei isso! Concordo com a Titânia aí em cima e com vc, sobre se afastar do mundo navalhesco... E viva o nosso núcleo!
Puck - jovem da rua, sem dinheiro, sem casa, sem rumo.