segunda-feira, maio 21, 2007

O centro está em toda parte

Hoje eu realizei um dos meus sonhos de infância de USP: subir na torre da Praça do Relógio. Estávamos de manhã especulando sobre os estudantes que lá haviam subido, quando veio o espasmo: "Gente, vamos subir lá?". A idéia foi contagiante e então combinamos a aventura para depois da aula.

Acontece que umas amigas não puderam, mas a Aline estava lá, firme e forte, como uma criança prestes a sentar na cadeira do Papai Noel. Só que estava muito cheio e então resolvemos voltar mais à tarde, uma vez que lá em cima o espaço é bem pequeno.

6 horas. Pensei que a louca da Aline havia esquecido. Mas não. 6h05 ela me liga: "Rido, vamos!" Hahahaha "Vamos!". E fomos. Ainda havia bastante gente lá no topo, mas o movimento estava menos intenso. Começamos então a subir. Olha, valeu só pelo que eu ri da "Lininha"!


Na metade do caminho, "Rido, vamos voltar! Já tá bom". Eu me acabando de rir: "Vamos até o fim agora! Você não queria subir? Então!". Subimos aquelas centenas de degraus enquanto outros desciam, depois de já terem contemplado a vista. Enfim, chegamos. Estava cheio lá em cima, mas menos movimentado do que durante o dia.

Aquilo é bem alto e a vista é bastante legal. Dá pra ter um ângulo bem singular da USP. De lá a gente percebe o privilégio de termos um reduto desses em plena selva de pedra paulistana. "Nossa, Rido, será que se alguém pular daqui morre?"; "Não, Lininha, só de despedaça em dez mil partes.".

Como o povo é louco! Lá em cima disseram que algumas pessoas chegaram a ficar sentadas na mureta, apreciando a paisagem. Imaginem! Sentado na mureta do relógio, como se tivessem na beira da piscina. Passei mal só de pensar...

O mais interessante é que o trânsito pelo monumento não representa uma simples aventura turística: simboliza a resistência estudantil ao cerceamento da autonomia da universidade. Mais que isso: demonstra o exercício da idéia de "Universidade Livre", como estava estampado na faixa que hoje cobria a torre.

Um comentário:

Guilherme Genestreti disse...

Ah, Rido! Mas que inveja!!